terça-feira, 19 de junho de 2012

A espera



Sento-me após a nossa despedida, fico a contemplar a tua presença a afastar-se e com ela afasta-se de mim a minha existência e toda a minha força. Agora não passo duma essência efémera, já nem sinto o frio do Outono. O vento atravessa o meu ser e vou desvanecendo enquanto me sinto cada vez mais etérea. A minha energia espalha-se e acompanha o balanço das folhas que voam. A chuva cai e as gotas misturam-se com as minhas lágrimas de saudade. O tempo passa e com ele aumenta a minha angústia, a vontade de que me voltes a conceder o fôlego da vida com o toque dos teus lábios. Até ao teu regresso, sento-me à tua espera…
E não me interessa por que caminhos andas enquanto estás longe. Ao cair a noite sabes que podes voltar para casa, a porta estará sempre aberta e a luz acesa. Eu vou estar na quietude do silêncio a aguardar que chegues para afastares a solidão e nesse momento prometo tentar fazer desaparecer a sombra que há no teu olhar. Deito o teu rosto no meu colo, abraço-te até adormeceres, velo pelo teu sono e mando para longe todos os teus medos e fantasmas. Para tão longe quanto às vezes estás de mim…

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